Duas esplanadas da Rua Nova do Carvalho – ou Rua Cor-de-Rosa, como também passou a ser referida esta rua do Cais do Sodré, desde que o pavimento foi pintado – tiveram de ser desmontadas e estão actualmente impedidas de funcionar, na sequência da queda de cantarias e de estuques das fachadas do prédio junto ao qual estão instaladas, que se encontra em péssimas condições.
O problema verificou-se quinta-feira pela hora de almoço e causou alvoroço na rua, segundo contou ao Corvo Maria da Graça Correia Paula, a comerciante que explora o Cantinho do Prazer, uma tasquinha que, tal como o restaurante A Rosinha de S. Paulo, foi obrigada a fechar a esplanada, dado o perigo de se verificarem novas quedas de materiais.
No local estiveram os bombeiros e a polícia, que vedaram com barreiras metálicas não só os estabelecimentos da Rua Nova do Carvalho, como também uma parte da Travessa dos Remolares, já que o prédio faz esquina com ela e o perigo se estende também aquela artéria, onde se situa a mais antiga loja de artigos de pesca de Lisboa, a Artipesca, instalada no mesmo edifício, que ainda é habitado por várias pessoas.
“Também esteve aqui um engenheiro e um arquitecto, que penso que são da câmara, a inspecionar o prédio e o que me disseram foi que podia manter o Cantinho do Prazer aberto, porque, segundo eles, a estrutura do edifício não está em risco de ruir. O que não posso é usar a zona da esplanada, porque há perigo de caírem mais pedras”, disse Maria da Graça Paula.
Na tarde de sexta-feira, esta comerciante deslocou-se à Câmara Municipal de Lisboa para tentar saber mais informações sobre a situação do prédio, mas nada conseguiu apurar. “Disseram-nos que não tinham conhecimento da situação e mandaram-nos para a secção de urbanismo, no Campo Grande. Lá, tirámos senha e esperámos três horas mas não conseguimos falar com ninguém. Eu já paguei a taxa de ocupação da esplanada até para o ano e agora não a posso usar”, lamentou-se Maria da Graça.
Na rua, uma outra comerciante criticava a câmara por ter autorizado o funcionamento de esplanadas debaixo de prédios que estão em péssimas condições. “O vereador Sá Fernandes autoriza a abertura de esplanadas na rua, mas não se preocupa em saber se os prédios estão em ruína e a cair”, disse a funcionária da loja de artigos de pesca.
Texto: Fernanda Ribeiro