A Porta Norte do Castelo de São Jorge está, há alguns meses, a ser alvo de uma obra de reabilitação, iniciada de urgência, após se ter percebido que estava em risco de ruína estrutural devido à frequente circulação automóvel sob o arco desta secção da fortificação. O problema foi detectado em Setembro passado e, logo de imediato, decretado o encerramento desta entrada no castelo, pelos técnicos da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) – empresa municipal que gere este e outros edifícios culturais de Lisboa. “O fluxo de automóveis causou um grande desgaste e aquela parte da muralha estava mesmo em risco de ruir”, confirmou ao Corvo uma fonte desta entidade, a qual ordenou a realização urgente de uma peritagem depois da descoberta dos sintomas de ruína. Os trabalhos de recuperação começaram pouco depois e ainda duram.
A Porta Norte do Castelo de São Jorge – construção fundamental na criação da nação e que é Monumento Nacional desde 23 de Junho de 1910 – dava acesso a carros vindos da Travessa Açouge a São Vicente e da Rua de São Tomé, através de uma rampa. “A partir de 1996, com a realização das escavações arqueológicas dentro das muralhas, o tráfego aumentou imenso”, afirma a mesma fonte. Os trabalhos de escavação terminaram e, encontrados vários vestígios de um bairro islâmico, abriu-se o actual núcelo museológico. Ao seu lado, existe agora um parque de estacionamento com capacidade para meia-centena de veículos, criado pela Empresa Pública Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) e destinado aos moradores da zona do Castelo. A ele acede-se, actualmente, pelo Largo da Santa Cruz do Castelo. O Corvo não conseguiu confirmar se o acesso ao parque terá sido feito, durante algum tempo, pela porta agora danificada.
O aviso da intervenção da Egeac está afixado junto aos andaimes da obra.
Texto e fotografia: Samuel Alemão