A recente repavimentação da Rua Morais Soares suscitou reacções diversas da parte da comunidade dos ciclistas lisboetas acerca das vantagens da operação, nomeadamente pela eliminação da linha do elétrico – um obstáculo para os veículos de duas rodas. A esse propósito, lembra Paulo Vieira, da MUBI (Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta): “É um problema para as bicicletas e para as motas, embora para as bicicletas, como aquelas com pneus mais finos, seja muito mais perigoso. A pessoa, quando vai numa rua com linha de elétrico, tem que ir com muito cuidado”.
Mas, ao mesmo tempo, o dirigente da MUBI mostra-se surpreendido com a decisão camarária, dado o aparente paradoxo com a gestão política neste domínio: “Parece contraditório com a aposta em formas de mobilidade alternativas. Em Paris, onde vivi, estão a apostar numa espécie de elétrico”. Apesar disso, Paulo Vieira parece estar convencido da não utilização do elétrico naquela artéria alfacinha: “Acho que não vão repor o elétrico naquela rua, nos próximos anos, por isso, mais vale alcatroar”. Temos, então, uma pista novinha em folha para os ciclistas da cidade estrearem nos próximos tempos.
Texto: Sérgio Alves Fotografia: Samuel Alemão