Parque Urbano do Vale da Montanha, mais um grande espaço verde nasce em Lisboa
As obras estão quase terminadas, pelo que a fruição do espaço poderá realizar-se em pleno a breve prazo, promete a Câmara Municipal de Lisboa (CML). O Parque Urbano do Vale da Montanha, ligando a Avenida Almirante Gago Coutinho e a Avenida Marechal António de Spínola e que é delimitado ainda pelo parque da Bela Vista Sul e a Linha de Cintura Interna, junto ao Areeiro, tem 11 hectares e deverá ser inaugurado em breve, assegura a autarquia, em nota escrita enviada a O Corvo.
O novo espaço verde, ao qual os serviços municipais, por vezes, também se referem como Parque Urbano da Quinta da Montanha, permitirá ainda a ligação ao novo Parque Urbano do Casal Vistoso, através de uma ponte ciclopedonal inaugurada em 2012 – como parte das contrapartidas pela realização do Rock in Rio. O novo espaço público insere-se no programa de expansão do Corredor Verde Oriental, que no seu conjunto terá uma extensão de cerca de 150 hectares, assegurando a ligação à zona ribeirinha, em Marvila.
Nos últimos dias, junto ao cruzamento das avenidas Almirante Gago Coutinho e dos Estados Unidos da América, tem sido visível uma maior movimentação nos trabalhos de arranjo paisagístico, com a colocação de prados e de relvados, sobretudo junto à futura área de lazer infantil e juvenil e ao novo quiosque alimentar – cujo concurso para concessão da exploração se encontra a decorrer.

Antevê-se assim o fim de uma obra iniciada já na primavera de 2015. Isso mesmo é admitido pelos serviços camarários, os quais explicam que, mesmo só sendo possível inaugurar o espaço verde quando o tal quiosque estiver em funcionamento, “com o essencial da estrutura do parque concluído, o mesmo poderá ter fruição plena brevemente”. E há quem já o faça, como O Corvo pôde constatar, a meio desta semana, sendo os caminhos utilizados por ciclistas e por praticantes de corrida.
A intervenção naquela área, antes constituída por baldios, envolveu a deposição e movimentação de grandes quantidades de terras. Algo que, explica a CML, tem um propósito claro: “Para além das plantações de árvores e arbustos e da instalação de prados e relvados, o espaço reflecte sobretudo um trabalho de modelação de terreno que visou proteger os utilizadores da exposição visual e sonora à linha de cintura e à Avenida dos Estados Unidos da América”.

O efeito mitigador dos referidos impactos, no entanto, e neste momento, apenas se faz sentir em relação ao eixo rodoviário. A circulação de comboios e o seu ruído fazem parte do actual enquadramento para quem utiliza os recém-criados caminhos – bem como, lá em cima, no topo da encosta, a parede de prédios do Casal Vistoso. Para alguns, e nesta fase, a zona até poderá parecer algo desolada. Nem que seja pelo facto de o prometido verde não se revelar, por agora, tão esplendoroso.

Mas tal terá uma explicação. “Numa lógica semelhante ao Parque da Belavista, o Parque Urbano do Vale da Montanha tem uma estrutura verde maioritariamente de sequeiro, perfeitamente integrada nas condições climáticas e de solo locais, recorrendo a prados biodiversos de sequeiro e áreas de plantação de árvores e arbustos maioritariamente autóctones”, explicam os serviços da autarquia. A excepção, adiantam, será a tal zona onde se localizam o parque infanto-juvenil e o quiosque, a qual “responderá às necessidades locais de espaços verdes de recreio com uma estrutura mais intensiva, assente em espaços verdes regados”.

Na restante área, diz a autarquia, foram “utilizados conceitos de drenagem natural como a criação de linhas de drenagem naturalizadas, promovendo escoamento à superfície ou em vala cega e restituindo o circuito hidrológico próprio de um vale, contribuindo desta forma para promover a retenção de águas e a sua infiltração”.