As barreiras linguísticas podem sempre ser ultrapassadas. E as culturais também. Basta haver vontade. Foi com isso em mente que a Junta de Freguesia de Santa Justa decidiu afixar, há poucos dias, um anúncio bilingue, em português e em cantonês – variante regional do chinês -, apelando à não colocação de lixo no chão, junto a um edifício da Rua da Palma. A mensagem é dirigida, em especial, aos membros daquela comunidade que são residentes na zona. Eles têm sido alvo de queixas por, alegadamente, não cumprirem com algumas regras de civismo e higiene urbana.
“Quem me alertou para a situação foram os responsáveis do balcão do Banco Espírito Santo (BES), queixando-se de que lhes estavam constantemente a depositar lixo à porta”, diz ao Corvo o presidente da junta, Manuel Luís de Sousa Medeiros, que também acumula os pelouros da higiene e espaço público. “Fui investigar eu mesmo e percebi que eram moradores chineses”, conta. Por isso, pediu ajuda a uma pessoa, que habitualmente faz a tradução dos requerimentos e demais burocracias dos imigrantes chineses para a junta de freguesia, para lhe redigir este aviso. O autarca espera que, agora, a mensagem de urbanidade seja lida e cumprida.
Texto e fotografia: Samuel Alemão