É verde, para marcar a diferença, é vintage, o que lhe dá mais charme, e é um novo eléctrico histórico-turístico lançado pela Carristur que faz a volta da Colina do Castelo, Alfama e Graça, com uma vantagem: “não levará carteiristas a bordo”.
Esta é uma quase certeza, garantida pelos preços a praticar. Por cada viagem – que pode ser interrompida e recuperada, ao longo do dia, nas diversas paragens do percurso de 40 minutos – cada adulto pagará nove euros, valor que é reduzido a metade para as crianças.
“Este novo produto proporcionará aos turistas muito mais conforto (do que se andassem no 28 do serviço público, habitualmente apinhado). Podem fazer a viagem sentados, tranquilamente e num circuito em que não há carteiristas a bordo”, como afirmou ao Corvo Rita Marques, do marketing da Carristur.
A nova carreira de eléctrico, a número 2, que dá pelo nome inglês de Lisbon Historical Route /Castle Line, foi esta quarta-feira (2 de Julho) apresentada pela direcção da marca de turismo da Carristur, a Yellow Bus, e começará a circular nesta quinta-feira nos carris, transportando turistas, num circuito a operar entre as 10h00 e as 17h40.
“Este é um dos cinco veículos históricos da Carris, dos anos 30 do século passado, que estavam desactivados e que recuperámos nestes últimos dois anos, para colocar ao serviço em novas carreiras históricas”, disse ao Corvo António Proença, diretor-geral da Carris e gerente executivo da Carristur, que participou na viagem inaugural.
“Para já, nesta fase, vão estar três eléctricos recuperados a funcionar nesta nova carreira que esperemos que seja uma forma de surpreender os turistas”, acrescentou o director-geral da Carris.
Esta nova carreira utiliza, como seria de esperar, os carris das outras linhas do serviço público que percorrem a Baixa e faz, de acordo com António Proença, “o melhor do percurso do 28, do 12 e do 25”.
“A recuperação de cada um destes eléctricos custou cerca de 100 mil euros e a sua operação é muito mais cara do que qualquer carreira dos autocarros da Yellow Bus, disse o director-geral da Carris, sublinhando, porém, que “os custos não são o mais importante. O que importa é deixarmos para as gerações futuras este património histórico tão característico de Lisboa e a circular”.
O novo eléctrico sai a cada 20 minutos da Praça da Figueira, onde inicia o seu circuito pela Lisboa antiga, ruma à Rua da Conceição, passa junto à Sé, ao Largo de Santa Luzia e segue até às Portas do Sol, um dos miradouros onde os turistas são convidados a fazer uma paragem, seja para se encaminharem ao Castelo de São Jorge, ou para simplesmente tirarem partido da vista.
A viagem – que é acompanhada por informações em áudio em português, inglês e francês, num discurso algo básico – passa ainda pelo Mosteiro de São Vicente de Fora e vai até ao Largo da Graça, antes de voltar a fazer o caminho inverso, de regresso à Praça da Figueira.
A existência deste novo eléctrico turístico rumo à colina do Castelo poderá também libertar espaço nas carreiras de serviço público que fazem percursos semelhantes, o que, a verificar-se, facilitará também a vida aos lisboetas que viajam nos amarelos da Carris.
Texto: Fernanda Ribeiro