O regresso de férias surpreendeu moradores e clientes do comércio da Avenida Guerra Junqueiro onde, no período de um mês, mais três lojas fecharam portas: a Pull & Bear, a Via Veneto e a Feira dos Tecidos. Nem todos os encerrramentos se deveram a efeitos da Lei das Rendas, embora eles pesem sobre os arrendatários de várias lojas da Avenida.
No caso da Feira dos Tecidos, o fecho de portas ter-se-á ficado a dever a uma penhora, resultante do processo judicial que, em Maio, colocou sob prisão preventiva o dono da cadeia de lojas de têxteis, suspeito de fraude fiscal, num processo que, na altura, foi noticiado pelo jornal Económico (http://economico.sapo.pt/noticias/dono-da-feira-dos-tecidos-em-prisao-preventiva_218065.html).
“Os donos foram presos e a loja foi penhorada”, disse ao Corvo a funcionária da Foto Santos, um dos mais antigos estabelecimentos comerciais da Guerra Junqueiro. “A Pull & Bear fechou dia 24 de Julho, mas esses não foi por questões relacionadas com rendas, porque o espaço já era dos espanhóis”, salientou a mesma funcionária.
Já no caso da Via Veneto, “sabia-se há já um mês que iriam fechar a loja, porque não estavam a conseguir pagar a renda e foi o que veio a acontecer há alguns dias”, disse ainda a vendedora da Foto Santos, um estabelecimento comercial aberto na Guerra Junqueiro há mais de 50 anos e que está, actualmente, em litígio com o senhorio, contestando em tribunal o aumento de renda que foi proposto ao arrendatário.
O peso das novas rendas reflecte-se ainda noutros estabelecimentos. A Didatic, da editora Edicare, reduziu drasticamente as dimensões da sua loja na Avenida Guerra Junqueiro, que passou a ocupar ali um espaço muito mais reduzido.
Texto: Fernanda Ribeiro