Junta do Parque das Nações quer 5% das receitas do teleférico gastas na freguesia
O presidente da Junta de Freguesia do Parque das Nações pretende que 5% das receitas anuais da exploração do teleférico existente naquela zona da cidade, estimadas em dois milhões de euros, passem a reverter para a gestão daquele território. Esses cerca de 100 mil euros, que actualmente são recebidos pela Parque Expo – empresa pública em processo de extinção desde o final de 2012 -, poderiam assim reverter, sobretudo, para o benefício do espaço público de uma área frequentada por dezenas de milhar de pessoas por dia. “A posição contratual já deveria ter sido passada para a Câmara de Lisboa”, diz José Moreno (Parque das Nações Por Nós) em declarações ao Corvo.
O teleférico do Parque das Nações foi construído para a Expo 98, tendo sido inaugurado em Março de 1998, e a sua exploração encontra-se, desde então, nas mãos da empresa Telecabine Lisboa, pertencente ao grupo Doppelmayr. As receitas deste negócio – baseado na venda de bilhetes para entrar numa das 40 cabines que fazem um percurso de 1230 metros sobre a zona riberinha do Tejo – serão da ordem dos dois milhões de euros por ano. De acordo com o contrato de concessão, com validade até 2017, a Parque Expo terá direito a 5% desse valor – os tais 100 mil euros. Verba que José Moreno reclama para a freguesia.
“A Parque Expo está, há muito, em processo de extinção. Por isso, a já deveria ter prescindido, há muito, a favor da Câmara de Lisboa da sua posição contratual com a empresa que explora os teleféricos”, defende o presidente da junta, alegando que a Parque Expo “é uma entidade que nunca investiu naquele espaço um único cêntimo”. “Eles estão completamente alheados de tudo. Nós é que temos a responsabilidade de gestão do espaço e poderíamos beneficiar dessa verbas para as aplicar na recuperação do espaço público, se estabelecêssemos um acordo nesse sentido com a Câmara de Lisboa”, defende o autarca.
Mas as pretensões de José Moreno – que, já na semana passada, em declarações ao Corvo, havia manifestado o desejo de assumir a gestão da Torre Galp – não se ficam por aqui. A Junta de Freguesia do Parque das Nações também se mostra disponível para passar a administrar o Jardim do Cabeço das Rolas. Ocupar o edifício do centro de monitorização ambiental lá existente é uma ambição. “Dar-nos-ia imenso jeito. Não temos edifícios, precisamos de espaço para os nossos serviços e estamos a pagar rendas”, afirma o autarca, assim justificando os objectivo da junta nesta matéria.