Na semana passada, 30 nogueiras que existiam na Avenida Rio de Janeiro foram removidas, por “estarem a causar danos nos automóveis” que ali estacionavam, mas a Junta de Freguesia de Alvalade vai substitui-las por outras espécies, as Melia Azedarach, vulgarmente conhecidas por cinamomo ou amargoseiras.
“Nem todas foram abatidas, algumas foram transplantadas para outra zona verde da freguesia. As que cá estavam eram nogueiras, que vão ser substituídas por novas espécies, porque estas estavam a estragar muito os carros”, disse ao Corvo um trabalhador da empresa de tratamento de árvores contratada pela Junta de Freguesia de Alvalade, a Sequóia, no final do trabalho da remoção das árvores.
Quem passe agora naquela artéria vê os canteiros vazios e a extensão da avenida parece um deserto, mas o presidente da junta de freguesia, André Caldas, garantiu ao Corvo que eles serão de novo preenchidos, com uma outra variedade, a Melia Azedarach.
Na freguesia, houve quem estranhasse o desaparecimento das árvores que existiam na Avenida Rio de Janeiro, do lado fronteiro ao campo de jogos do Inatel e se questionasse o que estava a acontecer. André Caldas diz que não havia razão para tal desconhecimento, porque a junta distribuiu a alguns moradores panfletos, alertando para esta operação.
Segundo o presidente da junta de Alvalade, “foi feito um estudo fito-sanitário e as nogueiras estavam doentes, a ser atacadas por afídeos (piolhos das plantas), o que fazia que deitassem um líquido que danificava os automóveis” estacionados perto delas, levando a que a autarquia decidisse substituir as árvores.
Mas nem todas elas estariam doentes, já que o próprio André Caldas disse ao Corvo que “as árvores de maior porte foram transplantadas para outro espaço verde, na zona norte da freguesia, no Bairro Fonsecas e Calçada”, perto do Campo Grande.
Com o desaparecimento das nogueiras, é possível que os automóveis possam ali estacionar tranquilamente, sem receio de danos. Mas, para as pessoas, a sombra das grandes nogueiras foi-se. E quem este Verão passe naquela zona da Avenida Rio de Janeiro terá de suportar o sol, enquanto as novas árvores não ganharem porte suficiente.
Texto: Fernanda Ribeiro