Impacto da urbanização na identidade histórica e na memória da Colina de Santana em debate
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Samuel Alemão
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Samuel Alemão
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URBANISMO
Alcântara
Alcântara
Estrela
8 Fevereiro, 2014
Apesar do aparente volte-face, verificado esta semana, quanto ao destino do enorme projecto imobiliário programado para os terrenos de cinco históricos hospitais (São José, Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro e Santa Marta) na Colina de Santana, o debate continua. Na terça-feira, pelas 18h, será a vez de se discutir na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) o “impacto das propostas na memória e identidade histórica” da zona. É a quarta sessão de um conjunto de cinco marcadas por este órgão autárquico, no seguimento da polémica surgida, no verão passado, aquando do anúncio do ambicioso empreendimento da empresa Estamo. A celeuma não só se manteve, como se acentuou, tendo levado a câmara municipal a revelar, no debate desta semana, que os processos de loteamento estão suspensos.
Moderado pela deputada municipal Simonetta Luz Afonso, presidente da Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto, o debate da próxma terça-feira terá o seguinte painel: António Rendas, reitor da Universidade Nova de Lisboa e presidente do CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas); Raquel Henriques da Silva, historiadora, professora associada da Universidade Nova de Lisboa; José Sarmento de Matos, olisipógrafo e mestre em História de Arte; José Aguiar, arquitecto, professor associado da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa e membro da Comissão Nacional Portuguesa do ICOMOS (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios); e Vítor Freire, historiador e economista, presidente da Associação Portuguesa de Arte Outsider.
E foi, precisamente, a constituição deste painel que levou o grupo parlamentar do PCP na AML a emitir um comunicado, na quinta-feira, acusando a presidente da assembleia, Helena Roseta, de “silenciar vozes e opiniões divergentes”. Os comunistas falam num “processo antidemocrático”, devido ao facto de a oradora por si proposta, a historiadora Teresa Lacerda, “não ter sido considerada” por Roseta, “com a justificação de que outros partidos, com maior representação na AML, apresentaram propostas com mais do que um orador, deixando de haver lugar para a oradora proposta pelo PCP”. Por isso, exigem os eleitos comunistas “que seja devidamente valorizado o seu contributo para este debate temático, com a inclusão do nome indicado no painel de oradores, sem o qual a discussão sairá prejudicada”.