Hemeroteca Municipal de Lisboa reabre nas Laranjeiras em 2015
Desde o ano passado que o principal serviço de consulta de publicações periódicas se encontra interrompido. A câmara disse que iria abri-lo este ano na Lapa, mas mudou de ideias. Vai agora funcionar, de forma provisória, num pequeno espaço de outra zona da cidade. Apenas com o serviço de leitura e parte do acervo.
Encerrada há um ano, a Hemeroteca Municipal de Lisboa deverá reabrir ao público em Março de 2015, num edifício situado na zona das Laranjeiras.
O serviço, criado há 83 anos e detentor de milhares de jornais e revistas, fora instalado em 1973 no Palácio dos Marqueses de Tomar, prédio municipal classificado da Rua de São Pedro de Alcântara (na fotografia), no centro de Lisboa, entretanto entregue à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Quando foi encerrada, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) prometeu reabrir a Hemeroteca, em 2014, no antigo Complexo Desportivo da Lapa, fazendo para isso obras de adaptação. Segundo fonte municipal, a ideia foi, no entanto, abandonada e o município encara agora uma solução provisória, num local ainda mais afastado do centro – as Laranjeiras.
O novo espaço é menor que o de São Pedro de Alcântara e, por isso, muito do espólio da Hemeroteca, que se encontra encaixotado num armazém da Câmara, não irá para as Laranjeiras. Aqui ficará apenas o serviço de leitura e uma parte do acervo, o que obrigará o público a uma requisição prévia – e a um compasso de espera para consultar jornais que ali não se encontrem. Esta é a opção que deverá vigorar até serem construídas instalações próprias, segundo a mesma fonte.
O Corvo pediu informações à vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, mas esta disse apenas que tencionava fazer um anúncio público sobre o futuro da Hemeroteca, sem especificar quando.
Em resultado de uma permuta, a antiga sede da Hemeroteca passou para as mãos da Misericórdia de Lisboa, que ali deverá instalar serviços da revista “Brotéria”, publicada pela Companhia de Jesus e sediada numa moradia na zona da Lapa. No entanto, a transição também está demorada.
António Júlio Trigueiros, membro da direcção da revista e seu bibliotecário, disse não saber quando irá a “Brotéria” para o prédio nas imediações da Igreja de São Roque. “As obras ainda não começaram porque a Misericórdia estará à espera de licenciamento camarário”, disse.
A Companhia de Jesus assinou com a Misericórdia um protocolo que inclui um contrato de comodato para ocupar gratuitamente o edifício por 25 anos.
Segundo António Trigueiros, os jesuítas pretendem abrir ali um centro cultural e instalar uma das maiores bibliotecas privadas de Lisboa, com 170 mil volumes. “A biblioteca ficaria mais acessível ao grande público e poderemos organizar uma série de iniciativas culturais, uma das quais será um ciclo de conferências sobre fé e ciência, em 2015”, referiu.