Fonte de Neptuno na Estefânia continua destruída e à espera de ser arranjada
As semanas passam e a prometida reparação tarda em concretizar-se. Depois de um acidente de viação, ocorrido numa madrugada de Março passado, ter resultado na destruição do muro de bordadura do lago da Fonte de Neptuno, no Largo de Dona Estefânia, foi anunciado, no mês seguinte, pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) que a reparação do monumento deveria estar concluída “até finais de Maio”. Passado um mês sobre o prazo previsto, a presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Margarida Martins (PS), diz ao Corvo que “a indicação mais recente por parte da câmara é a de que os trabalhos deverão começar a 1 de Julho”. Ou seja, nesta sexta-feira.
“O responsável por este assunto explicou-me que os atrasos no avanço da reparação estão relacionados com o facto de ter de ser fazer um concurso mais alargo do que estava previsto. Isto porque o que tem de ser refeito não são apenas as pedras, mas também a parte mecânica”, esclarece a presidente da junta, admitindo também ela alguma impaciência pela resolução do problema – desde o referido acidente, manteve-se um cenário de destruição junto da fonte que é um monumento classificado de interesse público, na Carta do Património Municipal, encontrando-se a mesma sem água e tendo a iluminação noturna deixado de funcionar. “Estas questões da administração pública demoram sempre mais tempo do que gostaríamos”, considera.
A estátua da Fonte de Neptuno foi concebida em 1771, em mármore de Carrara, por Joaquim de Machado de Castro (1731-1822). A estátua, que chegou a ornamentar o Largo do Loreto, ao Chiado, manteve uma itinerância pela cidade, ao longo da sua existência de mais de dois séculos. Depois de passar pela Mãe de Água (Amoreiras), pelo Museu do Carmo (1866) e o Depósito de Águas dos Barbadinhos (1881), foi colocada na Praça do Chile em 1949, mas veio a encontrar a sua localização actual, no Largo de Dona Estefânia, em 1951.