Para lá dos tapumes do estaleiro montado há já quase um ano na Avenida de Roma, começaram finalmente as obras que prometem devolver aos lisboetas a piscina municipal do Areeiro. Será uma outra piscina, nova, e deverá estar pronta em Setembro/Outubro de 2014.
Para já, as máquinas trabalham na demolição da antiga piscina que fechou em 2006 para não mais reabrir. A recuperação da piscina que foi projectada nos anos 60 pelo arquitecto Alberto José Pessoa era inviável, disse ao Corvo o director do departamento de Desporto da Câmara Municipal de Lisboa, Mário Guimarães.
Tanto mais que a empresa espanhola que irá gerir o novo equipamento a erguer de raiz, a Sidecu, irá construir no local uma cave com três pisos de estacionamento, o que desde logo impossibilitava a manutenção do antigo tanque. “Mas ele também já não respeitava as actuais regras de segurança e higiene. E substituir o tanque de uma piscina é muito mais caro do que fazer uma nova cuba”, referiu ainda o director do departamento municipal do Desporto.
Os trabalhos de demolição, que se iniciaram há poucos dias, vão durar até ao fim do ano – dois a três meses é o prazo estimado pela construtora espanhola San Jose, que foi contratada pela Sidecu e irá também construir o novo complexo, onde além da piscina haverá um ginásio e outros serviços.
O processo tendente à reconversão da piscina municipal do Areeiro começou em 2011, com a concessão feita pela autarquia à Sidecu. O início das obras chegou a ser anunciado pela Câmara Municipal de Lisboa para Dezembro de 2012, mas o tempo foi passando e nada aconteceu.
A razão do atraso prendeu-se com o plano de escavações que fora inicialmente apresentado pela empresa espanhola, que não salvaguardava os edifícios envolventes da Avenida de Roma, disse ao Corvo Mário Guimarães. “Eles apresentaram um plano de escavações que ia quase a seis metros de profundidade e não garantia que não houvesse repercussões nos edifícios à volta”, disse. Por isso, “houve que fazer estudos geotécnicos e apresentar um novo plano de escavações, que desse garantias” de não afectar os edifícios próximos.
A necessidade de substituir um posto de transformação da EDP que existia no edifício da antiga piscina foi outro motivo de atraso, acrescentou Mário Guimarães. Mas agora, que finalmente se iniciaram as obras, a autarquia dispensou fazer qualquer anúncio.
Quando, enfim, estiver construída a nova piscina, os utilizadores irão pagar o mesmo que é cobrado pela câmara nas restantes piscinas municipais. De acordo com o contrato de concessão feita à Sidecu, a empresa gestora de equipamentos desportivos deverá dar à câmara 3% das receitas anuais e garantir que os alunos das escolas públicas poderão continuar a usar este equipamento.
Mais avançada está a reconversão da piscina municipal dos Olivais, que tal como a do Areeiro encerrou em 2006. Está em obras há já alguns meses e a empresa espanhola Ingesport – a quem a câmara concessionou por 35 anos a exploração – prevê que ela possa ser inaugurada em Abril de 2014.
Foi também com a Ingesport que, no passado dia 19 de Setembro, a câmara assinou finalmente contrato para a requalificação da piscina municipal do Campo Grande, que irá entrar em obras por um período de 12 meses. Isso só se iniciará depois de a câmara aprovar o projecto. O atraso no arranque deste processo deveu-se à falta de estacionamento.
“Neste caso, não é possível construir estacionamento subterrâneo no Jardim do Campo Grande e foi a Câmara que teve de encontrar uma solução. A EMEL cedeu umas bolsas de estacionamento existentes nas laterais do jardim, lugares esses que irão destinar-se aos utilizadores da piscina”, disse Mário Guimarães.
A cedência de estacionamento não implicará, porém, grandes perdas de receitas para a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa, assegurou a mesma fonte. “Naquela zona, diz-nos a EMEL, os parques estão apenas ocupados a 50 por cento e é possível atribuir estacionamento gratuito aos utilizadores das piscinas”, afirmou.
Texto e fotografias: Fernanda Ribeiro