Cheio de árvores que cortam a vista para as artérias envolventes, o Parque José Gomes Ferreira, talvez mais conhecido como Mata de Alvalade, à beira da rotunda do aeroporto, agrada pela simplicidade. Sem relvados ou arbustos com cortes arrebicados, lembra um espaço selvagem onde o dominam o arvoredo das quintas que ali existiram e as sombras que ele espalha. A cidade quase desaparece. A mata filtra o barulho e é como se estivéssemos num pinhal perto do mar, o ruído cavo do trânsito chegando como o constante tombar das ondas sobre a praia. Com um parque de merendas, equipado com grelhadores a carvão, e muitas mesas dispostas pela sombra, é frequente o parque ser usado para refeições ao ar livre. Pena é que o recinto de 11 hectares, desenhado por Gonçalo Ribeiro Telles, apresente algum equipamento danificado, como é o caso dos bancos corridos junto ao cabo de “slide”, vários dos quais perderam a cobertura de madeira, restando só a armação ferrugenta onde ela encaixava. Sob o cabo metálico também várias placas do piso amortecedor que desapareceram.
Texto: Francisco Neves