É um banco de rua em madeira e vê-se bem que já teve melhores dias, como aqueles em que era muito procurado, sobretudo à tardinha, quando o sol já não queima e sabe bem repousar em plena rua, a ver o movimento ou a conversar, na Avenida da Igreja, em Alvalade. Já muitos nele se sentaram, a solo ou em grupo. Merecia, por isso, melhor sorte do que a que tem tido nos últimos meses.
A fita plástica vermelha e branca que há um mês apareceu a envolver esta antiga peça de mobiliário urbano dava a ideia de uma emergência e de que o banco de madeira iria ser reparado em breve. Assim, quase engalanado, chamava mais a atenção e despertava o olhar dos passantes para o assento quebrado.
Mas muitos dias passaram desde que, em meados de Maio, foi colocada esta faixa vermelha e branca e nada aconteceu. O cenário por detrás dele foi mudando, sucessivamente, e além do Smart ali estacionado a 17 de Maio, muitos outros carros passaram e pararam, junto ao banco partido da avenida, onde nunca mais ninguém se pôde sentar.
O banco terá quebrado de vez quando uma moradora do bairro, inadvertidamente nele se sentou, sem ter reparado que a tábua do assento já há muito estava rachada.
A “ocorrência” – tal é a palavra usada no portal da Câmara Municipal de Lisboa “Na Minha Rua”, no qual os cidadãos podem comunicar à autarquia problemas detectados no espaço público – constava já online, tendo sido reportada em 2013 a existência de um “banco com assento de madeira danificado”, na Avenida da Igreja. Na informação dada pela câmara, o caso estava “encaminhado”, ou seja, a reparação não tardaria. Mas tardou.
O Corvo contactou a Junta de Freguesia de Alvalade para tentar saber a razão de tanta demora na reparação do banco. A funcionária que atendeu o telefone confirmou que a reparação do mobiliário urbano é uma competência da junta e anotou o caso. “Vou informar de imediato os serviços para que o banco seja reparado o mais breve possível”, disse.
Texto: Fernanda Ribeiro