A diversidade das aves de Lisboa está em exposição até meados de Setembro
O chapim-azul, o corvo-marinho, o alfaiate e o flamingo são algumas das aves que ocupam a recepção do edifício-sede do Turismo de Portugal, na Rua Ivone Silva, perto do cruzamento das avenidas 5 de Outubro e de Berna. “De Olho nas aves em Lisboa” é uma exposição que pretende divulgar a riqueza da avifauna no distrito de Lisboa. E ela é bem maior do que se possa imaginar.
Nesta mini-exposição – de entrada gratuita e aberta ao público até meados de Setembro -, é possível constatar que, afinal, os pombos, as gaivotas ou os pardais, embora contando com populações importantes no distrito, estão longe de ser os únicos “moradores” desta região. Na verdade, têm de o partilhar com mais de cem espécies de aves, que se estima existirem só na região de Lisboa – onde se integra a Reserva Natural do Estuário do Tejo.
Apesar da limitação do espaço, na entrada do edifício, nesta mostra organizada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), é possível identificar a sua distribuição nos diversos municípios. Em Lisboa, Oeiras e Cascais, predominam o alfaiate e o corvo-marinho, este último uma importante presença na zona do Parque das Nações, mas também ao longo da toda a zona costeira do distrito.
Uma das surpresas reservadas a quem folheia este livro é a profusão de palácios que a cidade, apesar de tudo, esconde. Cai por terra a ideia que Lisboa não é uma cidade monumental. Anísio Franco acrescenta um pequeno detalhe. “Reparem que os palácios foram quase todos começados em grande, mas raramente terminados. A conjuntura económica, com ciclos de curta prosperidade económica, determinou, quase sempre, a suspensão temporária ou mesmo definitiva dos trabalhos em curso. A excepção é Mafra. Muitos destes palácios tiveram os seus anos loucos, quando, há quase cem anos, foram transformados em casinos, como foi o caso do Palácio Foz, nos Restauradores”.
Em Loures, Sintra e Mafra, é o chapim-azul que domina. Embora em menor número, a águia-de-asa-redonda pode ser igualmente observada no concelho de Mafra. Uma curiosidade não referenciada na exposição está no facto de, em Junho, ter sido assinalada a existência de duas crias de águia Bonelli, na Tapada Nacional de Mafra, onde se contam 60 espécies de aves.
Para Alda Mesquita, diretora da Tapada de Mafra, a presença de um casal de águias Bonelli nesta zona “é sempre encarada de forma particular, porque corresponde a uma espécie em perigo de extinção em Portugal”. Estima-se em cerca de 200 casais a população nacional de águias Bonelli, nidificando principalmente nas regiões da Beira Baixa, Alentejo e serras algarvias.
A exposição tem o objectivo de promover o interesse pela observação de aves, vulgamente conhecido por birdwatching – a SPEA revela existirem mais de 100 milhões de birdwatchers a nível mundial, sendo na sua maioria residentes nos Estados Unidos da América e no Reino Unido. Em Portugal, estima-se que existam mais de cinco mil pessoas a praticar o designado turismo ornitológico.
cc @almaradona @Adolfo_MN RT@ocorvo_noticias A diversidade das aves de Lisboa está em exposição até meados de Set – http://t.co/voKdZ4wx9L …