É sabido o razoável desprezo a que o espaço público está, por regra, e quando comparado com o dos outros países europeus, sujeito entre nós. Visto como uma espécie de abstracção por uma parte significativa da população, lugar de passagem que a ninguém pertence verdadeiramente, sofre, por isso, de um tratamento a condizer, onde o desleixo e a utilização abusiva são a nota dominante. Carros em cima dos passeios e lixo no chão fazem parte do usual cenário – apesar das melhorias pontuais.
Lisboa, por ser a capital, de certa forma amplia essa espécie de “traço de carácter” nacional. E se são muitas as pessoas que contribuem com a sua acção para tal quadro, as autoridades municipais acabam por reforçá-lo pela inacção. Veja-se o caso das pobres árvores que tentam sobreviver no troço de passeio da Avenida 24 de Julho que vai entre o Mercado da Ribeira e o Largo de Santos. Lixo abundante, sobretudo garrafas, oferecia-se aos olhos de quem por ali passava na tarde deste domingo.
A movida nocturna do fim-de-semana terá a sua culpa, sem dúvida – prova de profunda incivilidade reinante. Mas também são notórios os sinais da falta de manutenção dos espécimes arbóreos, com a ramagem a crescer de forma manifestamente desordenada e a vegetação infestante a fazer-se notar em quantidade abundante. Há mesmo dois ou três casos em que já nem existe a promessa de árvore que ali foi plantada. Um cenário pobre e desolador.
Texto e fotografias: Samuel Alemão
O povo detesta árvores e adora lixo. http://t.co/CiUQrzAlgZ
RT @ocorvo_noticias: A difícil vida das árvores na 24 de Julho – http://t.co/bDTMsXsTt9
E a nova sede da EDP?
A av.24 de Julho, está completamente ao abandono.
Quase não existe limpeza, do lixo, graffits.
O QUE É QUE A CAMARA, ESTÁ HÁ ESPERA, PARA REQUALIFICAR??
Todos os cidadãos gostariam de ter brio nas ruas onde vivem e convivem.Se o Município promovesse uma acção de prevenção e divulgação de Boas Práticas em matéria ambiental e menos eventos de entretenimento que concentram milhares de pessoas no espaço público, sem organização e condições de higiene urbana, uma maior exigência às empresas de bebidas quanto à publicidade abusiva e agressiva colocada no património edificado e em toda a espécie de mobiliário urbano, toldos, quiosques, esplanadas, mesmo em espaços concessionados pela CML. …Não basta requalificar, há que fazer respeitar regras de vivência em comunidade e o cumprimento de normas pelos estabelecimentos de diversão nocturna que têm fortes impactos numa comunidade.O Jardim de Santos foi requalificado e pago pelos contribuintes, passado pouco tempo a invasão das multidões da noite, que lá permanecem a beber vão deixando pela manhã, a cada semana, um rasto de copos, garrafas e vandalismo.
A entrega da gestão do espaço público a empresas de bebidas e associações de bares, como aconteceu na “Rua Rosa”, no Cais do Sodré é um exemplo de como não não se deveria fazer a “requalificação” urbana, promovendo o consumo de álcool nas vias públicas: “O concurso de jovens talentos insere-se no projeto “Absolut Pink Gallery” promovido em conjunto pela Câmara Municipal de Lisboa, pela Associação Cais do Sodré e pela Pernod Ricard através da Absolut Vodka e pretende ser parte de uma estratégia de reabilitação da zona do Cais do Sodré. Este projeto inclui, entre outros, a recuperação, pintura e nivelamento do chão e a introdução de oito estruturas Mupi que suportarão uma galeria de arte ao ar livre, denominada “Absolut Pink Gallery”. A “Absolut Pink Gallery” tem previsão de duração de um ano com exposições rotativas de diferentes artistas.”Os resultados estão à vista – aumento da criminalidade e vandalismo, consumo massivo de álcool e multidões sem sentido de pertença.
o MIRADOR DE SANTA CATARINA, está uma vergonha, sempre cheio de lixo, a relva nem cresceu. Belo cartaz para os turistas e não só.
REQUALIFICAR MAS, DEPOIS MANTER.
E as escadinhas da saúde? local de passagem, todos os dias, por centenas de turistas com destino ao castelo?Seria bom uma vigilância mais apertada sobre alguns moradores que depositam todo o tipo de lixo no local e a qualquer hora do dia.